quinta-feira, 3 de março de 2011

MONDO



Série "melhores filmes da minha vida". Não falarei sobre todos, mas apenas alguns, na medida em que eu me lembre deles, e que consiga ser breve, pois é quase impossível pra mim falar de uma obra sem falar de seu autor e entrar em detalhes. Tentarei focar-me apenas na obra. Este aqui é do francês-argelino-cigano Tony Gatlif. O filme conta a história de Mondo, um menino- talvez de origem cigana- que aparece de repente numa cidade francesa, sozinho, e que não sabe de onde veio. O mais interessante do filme é que ele mostra as vantagens e desvantagens de estar sozinho no mundo. O garoto não tem lar, proteção e identidade, mas no entanto possui liberdade, não só de ir pra onde quiser, mas de conhecer pessoas novas, de fazer amizade com quem deseja e aprender o que tem vontade. Mondo é visivelmente um amante da liberdade e da independência. A impressão que o personagem me passou é que ele não quer se "ajustar" à sociedade. Quando chega um policial para tirá-lo das ruas, ele foge, tem medo. A polícia é vista como uma força opressora do Estado, que age indiscriminadamente . O menino representa muito bem o povo cigano, ou a "alma do cigano": ele sofre preconceito das autoridades por ser uma criança "solta", por não ter noção de suas origens, e por isso é tachado de perigoso, quando na verdade ele não passa de uma criança inofensiva e carismática, que deseja ter um lar (algumas vezes ele pára pessoas na rua e pergunta, com um sorriso no rosto, se a pessoa quer adotá-lo), mas não abre mão da liberdade. Quem conhece Tony Gatlif, sabe que suas obras são voltadas para o combate ao estereótipo que existe (e a ignorância) em relação aos ciganos. Quem não o conhece, vale a pena conhecer. Mondo é um filme leve, que pode ser visto por todos, e que nos faz refletir sobre um mundo que desconhecemos e ignoramos, mas que está presente na vida de muitos.

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